terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Capital Arte

Capital Arte

Brasília Capital

Brasília foi idealizada para ser uma cidade, em essência, política. Para longe do tumulto do Rio de Janeiro, a capital do Brasil era transferida para o Centro - Oeste , no ano de 1956, sob o governo de Juscelino Kubtichek. O ideal era obter paz para fazer política.
A estrutura planejada no formato avião com satélites orbitantes previa o futuro da nova capital.
Uma capital segregada. Formada por guetos e dividida em setores.
Nascia Brasília: uma cidade extremamente funcional e voltada para o trabalho.
Na base do avião - o Plano Piloto - o centro do poder. A Esplanada com seus ministérios tomavam forma. Milhares de operários e imigrantes vinham acompanhar o crescimento e tentar melhores condições de vida.
Os nordestinos trocavam a seca da catinga pela seca do cerrado. Mineiros se distanciavam ainda mais do mar.
A esperança de ganhar dinheiro na capital movia brasileiros de todos os cantos.
À medida que a capital crescia, uma multidão de sem -terras era arrastada para longe do poder e de seus respectivos políticos.
As cidades satélites erguiam-se e auto saturavam- se.
Hoje, a capital possui mais de 2.455.903 milhões de habitantes. O crescimento acelerado faz de Brasília um pólo de oportunidades crescente. Mas, ao lado deste desenvolvimento um grande descompasse acompanha os Brasilienses. A infra - estrutura perde pontos quando olhamos para a precariedade dos meios de transporte, para o crescente tráfego e excesso de obras inacabadas.
No entanto, deve-se dar um desconto para nossa "baby city". Que embora " bebê" , de ingênua e tímida não tem nada.
Brasília foi estruturada para pessoas com grande poder monetário. Daí a pergunta clichê de " Você viu o presidente? " comum entre os estrangeiros à passeio.
Aos que migram para cidade, no entanto,a realidade é outra.
A política é apenas uma parte ilusória da vida do brasiliense. Muitos a renegam ou não tem a menor condição e oportunidade de participar.
A cidade, dita política, gera a imagem de uma Brasília esteriotipada, uma Brasília que não mais existe ( se é que algum dia existiu).
Brasília tem dado largos passos rumo a outras áreas. A cultura na capital não é mais a mesma de um tempo para cá. Grupos de danças, teatro, música saem e revigoram o mercado incipiente da cidade.
Forma-se a primeira geração realmente Brasiliense , cujo sotaque, ainda meio misturado, já pode ser identificado.
De forma mais lenta, o futebol dá os seus primeiros sinais de nascimento.Times como o Legião ( em homenagem ao cantor Renato Russo) , Brasiliense e Gama desafogam o morador da miséria e da descaracterização comum na cidade.
Forma-se uma identidade. Ainda precária, mais já sólida.Uma identidade seguida de prós e contrás.
Uma identidade que merece ser discutida.
Vamos então constituir deste espaço um fórum para discussão e notícias. Notícias que não sejam parciais tendenciosas, mas também que não beirem ao imparcialismo "xoxô" do jornalismo de hoje.
Falemos mal, falemos bem, falemos o que pensamos.
A idéia é divulgar uma Brasília comportamental e cultural para o cidadão, seja este Braziliense ou não.Uma Brasília que não seja só política. Uma Brasília humana.


Clara Camarano Costa